sexta-feira, 27 de março de 2009
domingo, 15 de março de 2009
"Eis o tempo de reagir!" texto de Fernando Nobre
Publicado no dia 6 de Março no blog CONTRA A INDIFERENÇA de Fernando Nobre, cidadão interveniente, independente e presidente da AMI - Assistência Médica Internacional.
Os nossos agradecimentos ao Dr. Fernando Nobre pelo seu texto, tão inspirador!
"Eis o tempo de reagir!
É chegado o tempo da acção e da opção: sempre pela Positiva!
Pois a Esperança não pode morrer!
É sabido que estamos a viver tempos muito difíceis e que os próximos, 2010- 2011…, serão provavelmente ainda mais duros.
Sabemos que o ultra liberalismo selvagem, erguido como novo “deus” inquestionável e dogmático, foi o errado paradigma de sociedade que enfermou boa parte das mentes das “elites” políticas, económicas e financeiras que governaram o nosso Mundo nas últimas décadas.
Esse sistema que estava errado nas suas premissas, a boa auto-regulação dos mercados e a correcta redistribuição da riqueza produzida, e que favoreceu de forma medonha o egoísmo feroz e o ego doentio da esmagadora maioria dos seus mentores e executantes, provocou uma derrocada de dimensões ainda inimagináveis.
Porque indiferentes perante a miséria e o sofrimento da maioria significativa da população do nosso planeta, esses “líderes” dos Direitos, e apenas e só dos Direitos, entraram em levitação estratosférica, eufórica e irresponsável, drogados e dopados por todos os produtos tóxicos que criaram, sem os controlar, e pelas engenharias financeiras que engendraram conscientemente para justificarem os seus obscenos salários e miríficos bónus. A infernal espiral estava montada e tinha que ruir, como ruiu, agravando terrivelmente a exploração, o sofrimento e a morte dos mais frágeis no Mundo.
Estamos nesse ponto e caímos num poço que parece não ter fundo. O sistema ruiu de podre e exige ser substituído, e não remendado depressa e toscamente...
Atenção: querem-nos fazer crer, os mesmos que puseram o Mundo num caos e com isso se enriqueceram imenso, criando e beneficiando-se de todo esse desvario, que tudo tem solução com umas pequenas operações plásticas, um pouco de ervanária e muita acção de mau malabarismo. Errado!, como já grito há pelo menos dez anos.
Temos, TODOS, de criar um novo paradigma de Sociedade HUMANA, com novas políticas e novos políticos sempre supervisionados pelos CIDADÃOS.
Na Europa, e em todos os países, tal como aconteceu com Obama nos EUA, pese embora as resistências e limitações existentes à indispensável MUDANÇA que ele tenta introduzir, temos que encontrar NOVOS POLÍTICOS capazes de implementar NOVAS POLÍTICAS mais solidárias, corajosas, éticas e transparentes, e capazes de traçar novos rumos a fim de que possamos sair do charco lamacento e desesperante onde estamos.
Os actuais líderes europeus estão comprometidos, até ao tutano e à exaustão, com o regime que ruiu porque foram eles que o criaram, impulsionaram, defenderam ou permitiram até há bem poucos dias. Lembram-se? Para mim eles JÁ não servem porque não merecem CONFIANÇA, por não terem a mínima CREDIBILIDADE e porque tenho as mais sérias dúvidas da sua genuína vontade e capacidade em serem os agentes da mudança que o Mundo reclama. Não são capazes: é uma questão de coluna vertebral!
Então, o que nos resta? O desespero total? NÃO, nada disso.
Restamos NÓS, OS CIDADÃOS, com o DEVER indeclinável de agarrarmos o nosso futuro, votando em quem quisermos sem nunca mais permitirmos que os políticos, sejam eles quem forem, usem os nossos votos como cheques em branco e com isso fazerem o que bem entendem sem nos consultar como se fossemos uns débeis ou uns carneiros que se deixam levar docilmente ao abate. Esse tempo tem que acabar de vez ou seremos todos co-responsáveis da destruição das nossas vidas e do nosso Planeta.
Como disse tão bem um dia o Doutor Mário Soares temos o direito sagrado à indignação!
Temos que ter a coragem e determinação:
1º - de exigirmos e conseguirmos desde já, na presente crise, que os responsáveis directos desta tremenda derrocada, sejam eles quem forem, sejam responsabilizados criminalmente, sem apelo nem agravo, e tenham os seus bens penhorados até ao limite dos desfalques (= roubos) feitos ao longo dos últimos anos,
2º - de fazermos compreender aos políticos, presentes e futuros, sejam eles quais forem, que não toleraremos nunca mais que:
- o sentido dos nossos votos seja desvirtuado e que, de ora em diante, exigiremos que os compromissos eleitorais sejam respeitados por eles, uma vez eleitos, e que não abdicaremos de ser consultados sempre e quando matérias de relevante interesse Nacional, ou municipal, estejam em causa (como, por exemplo, nos casos recentes: cobertura política e logística vergonhosa da iníqua guerra contra o Iraque, inclusive os voos da CIA, a ratificação ou não do Tratado de Lisboa, a descaracterização da estação fluvial de Alcântara por contentores…).
- o dinheiro dos nossos impostos seja desbaratado pela corrupção ou projectos desnecessários (ex: 10, dez!, estádios de futebol para o Euro 2004)
São apenas exemplos… Poderia escrever muito mais mas seria redundante. Penso que ficou claro o que quero dizer:
TEMOS QUE APERFEIÇOAR A DEMOCRACIA REPRESENTATIVA COM UMA COMPONENTE, ESSENCIAL, DE DEMOCRACIA PARTICIPATIVA EM TERMOS GLOBAIS E LOCAIS E TEMOS QUE REFORÇAR O CONCEITO E A PRÁTICA DA “CIDADANIA GLOBAL SOLIDÁRIA”, NUMA REDE FORTE E COESA, PORQUE INADIÁVEL E INSUBSTITUÍVEL.
Agora em Consciência e Liberdade totais que cada um vote e actue agora e no futuro como lhe aprouver!"
quarta-feira, 4 de março de 2009
Só não vê quem não...ouve, lê e reflecte!
Hoje no PÚBLICO
04.03.2009 - 08h28 José António Cerejo
Uma equipa de procuradores da 9.ª secção do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, especializados na área da corrupção e do crime económico, efectuou no mês passado uma série de buscas nos serviços centrais do Ministério da Educação, na Av. 5 de Outubro.
Os magistrados, que não se fizeram acompanhar pela Polícia Judiciária, recolheram numerosos documentos e outros materiais relacionados com os dois contratos celebrados entre o Ministério da Educação e o jurista João Pedroso, em 2005 e 2007, no valor total de 287.980 euros. O objecto da contratação, feita por ajuste directo e decidida pessoalmente pela ministra Maria de Lurdes Rodrigues, residia na realização de um levantamento de toda a legislação publicada em matéria de educação e na sua sistematização.
Questionada na imprensa e no Parlamento, nomeadamente com base na existência de numerosos juristas nos quadros do ministério capazes de fazer esse serviço, a iniciativa da ministra foi justificada no final de 2007 com a "especial aptidão técnica jurídica na área da educação" de João Pedroso - um juiz com licença sem vencimento desde 1990, que não tinha qualquer currículo em Direito da Educação, que era à época professor em regime de exclusividade na Universidade de Coimbra e que tinha ocupado altos cargos nos governos de António Guterres.
A investigação em curso no DIAP, que foi ontem noticiada pelo Diário Económico e confirmada pela Procuradoria-Geral da República, teve origem numa denúncia datada de Junho do ano passado. O PÚBLICO confirmou junto de várias fontes do Ministério da Educação que os procuradores do DIAP não se limitaram a levar documentos, tendo feito diversas outras diligências cujo conteúdo não foi revelado.
Após a divulgação de várias notícias sobre a contratação de Pedroso, o Ministério da Educação exigiu-lhe, em Novembro passado, a devolução de 133.100 euros, do total de 287.900 que lhe tinha adiantado. Para rescindir o contrato, o ministério alegou que o jurista só tinha feito metade do trabalho, ao que este contrapôs ter feito 80 por cento, propondo-se devolver apenas 20 por cento do que recebera. O ministério manteve a posição inicial e acabou por aceitar que o antigo membro do Conselho de Jurisdição do PS e irmão do deputado Paulo Pedroso repusesse os 133.100 euros em 12 prestações mensais, com início em Janeiro passado.
Além de João Pedroso, foram contratados inicialmente um antigo secretário-geral do ministério (António Landeira) e um jovem jurista que é actualmente adjunto do ministro da Justiça (José Vasconcelos Dias). Estes, porém, receberam apenas cerca de 1100 euros cada um durante 12 meses, ao abrigo do primeiro contrato.
04.03.2009 - 08h28 José António Cerejo
Uma equipa de procuradores da 9.ª secção do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, especializados na área da corrupção e do crime económico, efectuou no mês passado uma série de buscas nos serviços centrais do Ministério da Educação, na Av. 5 de Outubro.
Os magistrados, que não se fizeram acompanhar pela Polícia Judiciária, recolheram numerosos documentos e outros materiais relacionados com os dois contratos celebrados entre o Ministério da Educação e o jurista João Pedroso, em 2005 e 2007, no valor total de 287.980 euros. O objecto da contratação, feita por ajuste directo e decidida pessoalmente pela ministra Maria de Lurdes Rodrigues, residia na realização de um levantamento de toda a legislação publicada em matéria de educação e na sua sistematização.
Questionada na imprensa e no Parlamento, nomeadamente com base na existência de numerosos juristas nos quadros do ministério capazes de fazer esse serviço, a iniciativa da ministra foi justificada no final de 2007 com a "especial aptidão técnica jurídica na área da educação" de João Pedroso - um juiz com licença sem vencimento desde 1990, que não tinha qualquer currículo em Direito da Educação, que era à época professor em regime de exclusividade na Universidade de Coimbra e que tinha ocupado altos cargos nos governos de António Guterres.
A investigação em curso no DIAP, que foi ontem noticiada pelo Diário Económico e confirmada pela Procuradoria-Geral da República, teve origem numa denúncia datada de Junho do ano passado. O PÚBLICO confirmou junto de várias fontes do Ministério da Educação que os procuradores do DIAP não se limitaram a levar documentos, tendo feito diversas outras diligências cujo conteúdo não foi revelado.
Após a divulgação de várias notícias sobre a contratação de Pedroso, o Ministério da Educação exigiu-lhe, em Novembro passado, a devolução de 133.100 euros, do total de 287.900 que lhe tinha adiantado. Para rescindir o contrato, o ministério alegou que o jurista só tinha feito metade do trabalho, ao que este contrapôs ter feito 80 por cento, propondo-se devolver apenas 20 por cento do que recebera. O ministério manteve a posição inicial e acabou por aceitar que o antigo membro do Conselho de Jurisdição do PS e irmão do deputado Paulo Pedroso repusesse os 133.100 euros em 12 prestações mensais, com início em Janeiro passado.
Além de João Pedroso, foram contratados inicialmente um antigo secretário-geral do ministério (António Landeira) e um jovem jurista que é actualmente adjunto do ministro da Justiça (José Vasconcelos Dias). Estes, porém, receberam apenas cerca de 1100 euros cada um durante 12 meses, ao abrigo do primeiro contrato.
Subscrever:
Mensagens (Atom)