Porto, 25 Mai (Lusa) - A cabeça-de-lista do Partido Humanista às eleições europeias, Manuela Magno, defendeu hoje que Portugal adopte "as boas práticas europeias na área da saúde" e às medicinas consideradas alternativas o mesmo estatuto que à convencional.
Manuela Magno, que viveu quatro anos na Holanda, apontou o exemplo deste país onde os produtos alternativos são alvo de comparticipação pelo Estado tal como os medicamentos tradicionais.
"A convergência com a Europa não deve ocorrer apenas em áreas como o défice orçamental. É preciso que o país adopte as boas práticas europeias numa área tão importante como a saúde. São necessárias directivas que impeçam, por exemplo, que haja listas de espera de nove meses para uma operação", preconizou.
"Há qualquer coisa que está a falhar na gestão de tudo isto. Temos excelentes recursos mas são mal aproveitados. Temos jovens decididos a ser médicos mas que têm de ir para o estrangeiro estudar porque as notas cá não os deixam seguir a vocação", afirmou.
O Partido Humanista avança para as europeias de 07 de Junho com um programa que defende "uma política de não-violência activa", com prioridade para o desarmamento nuclear universal promovido a partir do exemplo europeu.
Defende ainda o diálogo entre culturas e políticas de integração de imigrantes mais harmoniosas com a Declaração dos Direitos Fundamentais da União Europeia, "passando à prática os tratados assinados e dando todos os direitos, inclusive os políticos", a quem vive na UE.
Manuela Magno propôs ainda a adopção de "medidas concretas de apoio aos jovens, nomeadamente apoios à habitação e dinamização do arrendamento, de modo a acabar com a situação actual em que as pessoas ficam presas a uma dívida para a vida com a ilusão de serem proprietárias de uma casa".
Deveria ainda haver uma maior flexibilização dos direitos dos cidadãos a criaram organizações de forma gratuita, porque "se hoje quiserem constituir uma qualquer associação têm de pagar no mínimo 750 euros".
O PH defende ainda uma maior democratização da UE, onde "o único órgão eleito directamente, o Parlamento Europeu, não tem poder de iniciativa legislativa".
Para mudar esta situação, a própria Comissão Europeia deveria ser, para os humanistas, alvo de sufrágio directo.
Finalmente, o partido manifesta-se totalmente contra qualquer tentativa de privatização da água, alertando para as tendências que surgem nesse sentido conforme ela se vai tornando num bem escasso, e declara-se defensor "intransigente" do Protocolo de Quioto.
MSP
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