terça-feira, 27 de maio de 2008

Boicotes agendados para Junho

Publicado no dia 27 de Maio de 2008, no NOTÍCIAS DA MANHÃ

Boicotes agendados para Junho:

O aumento do preço dos combustíveis está a motivar a organização de boicotes ao abastecimento nos postos de revenda nos três primeiros dias de Junho, com o objectivo de diminuir os lucros das empresas. Um dos apelos ao boicote, que há semanas circula na Internet, pede aos automobilistas para não comprarem combustível nos postos da Galp, BP e Repsol nos dias 1, 2 e 3 do próximo mês. “Vamos fazer a diferença!”, “Juntos teremos força para baixar os lucros destes gigantes”, diz o texto do pedido de boicote referindo-se às três empresas que dominam quase todo o mercado nacional. Os autores deste apelo sugerem a utilização de combustíveis de outras gasolineiras.

Um outro pedido de boicote é promovido pela ex-candidata presidencial Manuela Magno, que apela a todos para não colocarem combustível nos primeiros três dias de Junho... mas em qualquer posto. A professora universitária e líder do Partido Respublica e Cidadania (força política que, neste momento, está a recolher assinaturas com vista a poder ser oficializada pelo Tribunal Constitucional) explicou à Lusa que o boicote se deverá estender a todos os postos, dado que a quase totalidade é abastecida pela refinaria da Galp. Na opinião de Manuela Magno, “seria já muito importante e muito significativo” se as quebras nas vendas de combustíveis rondassem, em média, os 50 por cento por dia. “Há razões para [as pessoas] aderirem massivamente ao protesto. É inaceitável que não haja uma explicação cabal que justifique o elevado preço dos combustíveis nem uma explicação de como se constrói o preço”, disse a líder do PRC, ao mesmo tempo que lamentou que esteja a ser difícil a mobilização de pessoas para a constituição de «piquetes» informativos junto dos postos de combustível.

Embora não esteja a promover qualquer boicote em particular, o Partido da Nova Democracia emitiu também um comunicado, onde “incentiva os portugueses a exercerem o seu direito à indignação. Buzinando, fazendo marchas lentas, não consumindo combustível vendido pelas companhias que mais aumentos fazem, fazendo associações para em nosso nome apresentarem acções judiciais contra as empresas, e respectivos administradores, que não respeitam as leis de mercado”. “A Nova Democracia está disponível para se juntar a todas as acções legítimas, que surjam para defender a dignidade dos cidadãos. E está disponível para as promover”, frisa ainda o comunicado, que lança ainda um repto: “A resignação e o silêncio perante o que se passa em Portugal só será possível se os portugueses tiverem nascido para serem escravos ou cidadãos de terceira categoria”

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