Maio maduro Maio
Quem te pintou
Quem te quebrou o encanto
Nunca te amou
Raiava o Sol já no Sul
E uma falua vinha
Lá de Istambul
Sempre depois da sesta
Chamando as flores
Era o dia da festa
Maio de amores
Era o dia de cantar
E uma falua andava
Ao longe a varar
Maio com meu amigo
Quem dera já
Sempre depois do trigo
Se cantará
Qu'importa a fúria do mar
Que a voz não te esmoreça
Vamos lutar
Numa rua comprida
El-rei pastor
Vende o soro da vida
Que mata a dor
Venham ver, Maio nasceu
Que a voz não te esmoreça
A turba rompeu
Zeca Afonso
quinta-feira, 1 de maio de 2008
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3 comentários:
LIBERDADE
Há uma palavra
cem mil vezes proibida
e outras tantas murmurada
que grita inteira no meu peito.
Há uma palavra
cem mil vezes proibida
que foi já partida e terra de chegada
e desfolho em meus dedos com certo jeito.
Palavra
cem mil vezes perdida
cem mil vezes achada.
Cem mil vezes repetida
e outras tantas desejada.
Por ela Abril floriu
naquela longa madrugada...
E se entre medos
ódios e opressões
eu não mais puder resistir
hei-de gritar a palavra Liberdade
quanto meu pensamento
ou raiva o permitir.
António Afonso
Caro António Afonso!
(por acaso, família de José Afonso?)
Parabéns!, pelo seu belo-forte poema!
Amílcar Vasques Dias
Caro Amilcar Vasques Dias
Não, não sou família do Zeca !
Conheci-o um dia, num dos Convívio na Faculdade de Ciências, em que ele cantou as suas baladas por um livro meu, que lhe emprestei para cantar, e que tinha sido por ele publicado.
Presumo, ser um dos poucos que não foi apreendido, e que ainda conservo.
Mas sempre cantei as suas canções e fados de Coimbra, em tertúlias e serenatas académicas.
Empatias ...
abraço
António Afonso
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